O ex-médico Roger Abdelmassih, condenado por dezenas de estupros, foragido há três anos, foi levado, nesta quarta-feira, do Paraná para São Paulo.

Quando saía da delegacia em Foz do Iguaçu, Roger Abdelmassih respondeu se estava arrependido.

“Se eu cometi erro, lógico. Se não cometi, não”, defende Abdelmassih.

Ele embarcou no avião da Polícia Federal no começo da tarde. A chegada a São Paulo emocionou vítimas do ex-médico, que vieram ao aeroporto para vê-lo preso com os próprios olhos.

“Eu estou curada, ele está entrando preso e eu estou saindo livre”, diz uma vítima.

“Esse homem é um monstro. Ele pegou meus embriões, ele implantou em outras mulheres”, conta outra vítima.

“A gente está aqui dizendo que agora é a nossa vez”, afirma uma vítima.

No aeroporto o ex-médico, fez exame de corpo de delito na Polícia Federal. Algemado foi entregue para a Polícia Civil e fez o registro das impressões digitais.   

Antes de ser preso, Roger Abdelmassih levava uma vida confortável de pai de família aposentado em Assunção no Paraguai. O Jornal Nacional teve acesso a imagens e informações que revelam a rotina do fugitivo que tinha o nome na lista de procurados da Interpol.

A Polícia Federal fez um mosaico com possíveis disfarces. O escolhido por Abdelmassih foi esse: de boné, ele circulava ao lado da mulher, a ex-procuradora Larrisa Maria Sacco, com quem teve gêmeos em 2011. No vídeo, um dos carros de luxo que ele usava.

A família vivia numa casa a poucos metros da residência do presidente do Paraguai.

“Essa fuga, gera necessariamente muito dinheiro, ainda mais pela qualidade de vida que ele mantinha no esconderijo”, explica o chefe do gabinete da procuradoria do estado Luiz Henrique Dal Poz.

Do aeroporto de Congonhas ele foi para o presídio de Tremembé, no interior paulista.